Albert Serra, El Senyor ha fet en mi meravelles, 2011. © Andergraun Films
Programa 5
2019-02-21 | 18h30
Goethe-Institut, Auditório
Campo dos Mártires da Pátria 37, 1169-016 Lisboa
El Senyor ha Fet en mi Meravelles
(2011, 146 Min.) de Albert Serra
Discussão: Albert Serra, Alexander García Düttmann
Duração da sessão: 150 Min. | M / 16
Entrada livre, sujeita à lotação da sala.
As obras de arte, nomeadamente aquelas que trabalham a partir de material documental, podem oferecer um apelo particularmente desafiante para refletir sobre a realidade. Enquanto a ligação indexante à realidade que abordam garante ao som e à imagem uma credibilidade específica, a postura do artista, a sua escolha estética, temática e política, bem como a posição autorreflexiva, podem gerar uma avaliação crítica sobre a constituição dessa realidade. É neste ponto que a arte encontra a filosofia. A reflexão sobre a relação entre o mundo factual e a sua apropriação subjetiva, questionando as reivindicações hegemónicas de objetividade e autoridade e problematizando as contradições inerentes à sociedade, são, por imanência, questões filosóficas. Problematizar a realidade: encontros entre arte, cinema e filosofia é um conjunto de programas que decorre em vários espaços culturais da cidade de Lisboa, a partir de Junho de 2018, numa parceria entre IFILNOVA (CineLab) / FCSH / UNL, Goethe-Institut Portugal e Maumaus / Lumiar Cité e em colaboração com Apordoc / Doc’s Kingdom. Estes encontros internacionais entre artistas e investigadores focam-se no momento em que a arte, o cinema e a filosofia se entrelaçam num diálogo produtivo. O quinto programa decorre no Auditório do Goethe-Institut, com o encontro entre o cineasta Albert Serra e o filósofo Alexander García Düttmann.
Albert Serra (1975) vive e trabalha em Barcelona. Estudou Filologia Hispânica e Teoria da Literatura. Entre os seus filmes destacam-se: “Roi Soleil” (2018), “La mort de Louis XIV” (A Morte de Luís XIV, 2016), “Història de la meva mort” (História da Minha Morte, 2013), “El cant dels ocells” (O Canto dos Pássaros, 2008) e “Honor de cavalleria” (Honra de Cavalaria, 2006). A sua obra foi apresentada e premiada em inúmeros eventos e festivais de cinema, incluindo: Pavilhão da Catalunha, Bienal de Veneza 2015, dOCUMENTA (13), Kassel, Festival de Cannes, Festival de Locarno e Viennale.
Alexander García Düttmann (1961) vive e trabalha em Berlim. Estudou Filosofia em Frankfurt, como aluno de Alfred Schmidt e Theodor Adorno, e em Paris, como aluno de Jacques Derrida. O seu trabalho abrange os campos da estética e da arte, bem como da moral e da filosofia política. Atualmente, é Professor de Estética na University of the Arts (Berlim), para além de ter exercido atividades de docência na Essex University, na New York University, na Middlesex University (Melboune), no Goldsmiths (University of London), na Universitat Autònoma de Barcelona e na Universidad Politècnica de València. As suas publicações mais recentes, incluem: “Was weiß Kunst?: Für eine Ästhetik des Widerstands” (2015), “Naive Kunst: Ein Versuch über das Glück” (2012), “Teilnahme: Bewußtsein des Scheins” (2011) e “Derrida und ich. Das Problem der Dekonstruktion” (2008).